LONGEVIDADE DA MENTE: Práticas Milenares e Neurociência do século 21 Anangélica Moraes Gomes Saúde e longevidade: teoria e prática Educar é fundamento importante da ação médica na promoção, proteção e recuperação da saúde. A medicina curativa - na proteção (preditiva com check-up e preventiva com campanhas) e na recuperação da saúde - atua com foco nas doenças. A promoção da saúde voltada para o cuidado e a conservação da vitalidade do organismo é chamada medicina higiênica e ganhou expressão significativa na prática médica no século 20. A Organização Mundial de Saúde (OMS) adota o conceito de que saúde não é apenas ausência de doença, mas bem-estar biopsicossocial. Esta definição torna explícitas as interações entre corpo, mente e ambiente e a busca de equilíbrio e harmonia nestas relações passa a ser campo de ação do médico. Neste contexto surgem interfaces com o movimento ecológico que revigoram o discurso higienista e, no século 21, os temas bem estar e qualidade de vida materializam-se no cotidiano em estilo de vida/comportamento saudável.
Na perspectiva da educação para a saúde práticas milenares e neurociência do século 21 são fontes de conhecimento para promover a longevidade da mente: as pesquisas e experimentos atuais comprovam a validade das prescrições da medicina tradicional oriental e ocidental para a saúde do organismo corpo-mente. Em resumo: a teoria moderna explica os processos e analisa os resultados que confirmam os efeitos da prática antiga. Envelhecimento e declínios relacionados à idade O envelhecimento da população mundial é conseqüência dos avanços da medicina preventiva e curativa, das novas tecnologias, das taxas de fecundidade menores (Brasil menos 50% de 1970 a 1998). A expectativa de vida na pré-história era de 14 anos; na Grécia Antiga em média 28 anos; na Europa do século XIX chegava aos 36 anos; no Brasil em início dos anos 1950 em torno de 45 anos; no Brasil em fim dos anos 1990 alcança os 64 anos; e em 2020 estima-se que estará acima dos 70 anos. Para efeitos legais, estatísticos etc., ser velho é estar na terceira idade, ter mais de 65 anos. No século 21 algumas epidemias ameaçam diminuir a expectativa de vida da população mundial: obesidade, trauma, HIV/AIDS, hepatite C, estresse. Superar estes riscos significa buscar um estilo de vida/comportamento saudável que produza qualidade de vida, bem estar e longevidade, obedecendo às motivações intrínsecas do ser humano: não sentir dor, ter mais prazer, trabalhar menos e viver mais. O lema da modernidade é “Viver mais e melhor”, mas viver mais é envelhecer. Longevidade do organismo é longevidade do corpoe da mente, mas isto não basta, o que se deseja é vitalidade. O envelhecimento é um processo lento, progressivo que se inicia na idade adulta e envolve desgaste dos telômeros, predomínio do catabolismo sobre o metabolismo, diminuição da velocidade e da qualidade da regeneração dos tecidos, oxidação celular, esclerose e degeneração dos órgãos.(1)(2). A longevidade é possível graças a transformações adaptativas que deixam no organismo marcas do passar do tempo e das experiências vividas. Quando em grau leve, sem associação com outras doenças e sem produzir limitação para as atividades vitais algumas alterações refletem o desgaste das estruturas funcionais. As mais prevalentes são: osteoporose, síndrome de deglutição, diminuição da acuidade sensorial, declínio cognitivo (diminuição das funções mentais) relacionado à idade. Fatores que agravam os declínios do envelhecimento Condições que podem produzir declínio cognitivo ou acentuar as perdas cerebromentais funcionais relacionadas à idade são: comorbidades (doenças associadas) e uso de medicamentos. As comorbidades que mais afetam a cognição são: síndrome metabólica (HAS/DM2/dislipidemias); tireoideopatias; alterações dos hormônios sexuais. O sedentarismo com diminuição de gasto energético e aumento de ingestão calórica leva à obesidade. A dieta de restrição calórica tem sido associada ao aumento da longevidade, ao mesmo tempo em que um índice de massa corporal (IMC) maior que 30, já aparece como indicação para cirurgia de banda gástrica no tratamento da síndrome metabólica, pelo potencial de morbidade e mortalidade que esta condição carrega. A resistência à insulina associada à obesidade acontece tanto nas células do corpo quanto nos neurônios, e alguns estudos postulam a existência do diabetes tipo 3 ou diabetes cerebral freqüentemente associado com o diabetes tipo 2. No cérebro os oligômeros beta-amilóides aderem aos dendritos, removendo os receptores de insulina da sinapse (responsáveis pela ativação dos neurônios para a formação de memórias e a facilitação do aprendizado) produzindo declínio da função mental. Insulina e rosiglitasona indicadas para tratamento do diabetes tipo 2 começam a ser estudadas para tratamento do diabetes cerebral, pois bloqueiam a ligação dos oligômeros com os dendritos. (3). Os medicamentos que mais prejudicam a cognição são: neurolépticos e antidepressivos para transtornos neurológicos, psiquiátricos e psicológicos; e estatinas para elevação dos lipídeos sanguíneos. Quanto mais potentes os redutores lipídicos - atorvastatina cálcica e rosuvastatina cálcica – e mais altas as doses, mais riscos: perda de memória, confusão mental, dificuldade de aprendizagem. Surtos de amnésia já foram associados ao uso da atorvastatina cálcica. (4) Interações entre medicamentos e alimentos também são risco à cognição. Chás diuréticos (carqueja, chapéu de couro, cavalinha, quebra-pedra, alcachofra) aceleram a eliminação de sais de lítio, diminuindo o efeito da medicação. Antidepressivos - principalmente os inibidores da monoaminoxidase (MAO), produzindo congestão vascular cerebral intensa com casos de crise hipertensiva grave, seguida de acidente vascular cerebral e morte - oferecem risco de interação com os alimentos ricos em tiramina: alguns tipos de queijos maturados (emental, roquefort, provolone, mussarela, parmesão), vinho tinto, vermute, cerveja, guaraná, café, chocolate, chimarrão, peixes (conservados em picles, salgados ou defumados), camarão, caviar, salame, carnes concentradas em molho, sopa industrializada, fígado bovino ou aves (armazenados por longo tempo ou na forma de patês), fava de feijão, suplementos protéicos, pimenta, molho de soja. (5). Envelhecimento do cérebro e memória O declínio cognitivo relacionado à idade é percebido pelo senso comum como inexorável e mais ameaçador que a debilidade física, e se sustenta no entrelaçamento de fatos e mitos, que necessitam ser aclarados. “Tanto o potencial quanto os limites tantos os ganhos como as perdas, fazem parte do panorama do envelhecimento cognitivo. A consideração de sua produtiva interação é o desafio que se propõe para os futuros especialistas.” (6) O volume do cérebro não diminui obrigatoriamente em indivíduos saudáveis, mesmo em idade avançada. O desenvolvimento do cérebro dura a vida inteira e a atividade física estimula o crescimento de neurônios, inclusive no hipocampo.(7) Mudanças neurais relacionadas à aquisição, aprimoramento ou estimulação de habilidades lingüísticas ocorrem mesmo em idosos.(8) Esta plasticidade cerebral permite a construção e o remodelamento de sistemas funcionais abrindo a possibilidade de neuroaprimoramento, com otimização de performance baseada na experiência e sabedoria que o envelhecer carrega. As deficiências de memória relacionadas à idade também estão contaminadas por “falsas verdades”, e ao idoso mais que a qualquer faixa etária é proibido esquecer. Paradoxalmente, esquecer o irrelevante é uma das funções da memória; e quanto mais experiência, mais modos automáticos de funcionamento do organismo, e mais lapsos. Muitas são as condições que podem comprometer o desempenho da memória em qualquer idade. Estresse leve ou moderado melhora a cognição e a memória, enquanto estresse forte ou prolongado prejudica.(9). O sofrimento psicológico crônico aumenta o declínio cognitivo, portanto tratar a dor psíquica é imprescindível para preservar o sistema funcional da memória. (10). Lapsos de memória são significativos quando sua freqüência interfere na eficiência e independência para as tarefas corriqueiras (11). Para melhorar a memória é fundamental: prestar atenção no que se quer lembrar e manter-se presente no que faz, sem deixar que o automatismo tome conta da situação (12). Fatores que previnem os declínios do envelhecimento Os principais fatores que favorecem a cognição são: o balanço entre novidade e resistência a mudança; o grau de relacionamento social; as crenças; os exercícios mentais e físicos; a alimentação. A novidade é o mais poderoso estimulante para a formação de novas conexões neurais por despertar a curiosidade. A resistência a mudança dificulta o engajamento em atividades que podem auxiliar a cognição. “De forma geral, pessoas otimistas, flexíveis, abertas a novas experiências, positivamente motivadas e focadas no que realmente lhes faz bem têm mais chances de envelhecer com saúde física e mental, tirando vantagens das oportunidades, lidando de forma mais equilibrada com frustrações inevitáveis, mantendo o sentimento de bem estar e satisfação.” (13) No relacionamento social, tendências a isolamento ou a vínculo afetam de modo diferente a imunidade. Isolamento social é responsável por duas vezes mais probabilidade de segundo IAM (infarto cardíaco). Vínculos sociais com grupos variados são associados com a diminuição de casos de gripes e resfriados entre seus participantes. Apenas em relação à AIDS observa-se diferença: “quanto maior a rede de relacionamentos, piores eram os números relativos ao sistema imunológico dos afetados” (14) Crenças são ferramentas poderosas para cultivar atitudes positivas que estimulam o cérebro e organizam a mente. A prática religiosa regular aumenta em 7 anos ou mais a expectativa de vida, um efeito semelhante a não fumar. A prece produz sensação de bem estar, confiança e relaxamento, importantes na prevenção e no controle do estresse. (15) (16) Outras práticas como ioga, taichi, meditação, também ajudam a equilibrar o organismo e compensar os efeitos do estresse que aumenta o desgaste do corpomente. (17) A indução do relaxamento corporal que favorece a sincronização da atividade cerebral de ondas lentas e contrabalança a hiperativação do sistema de alerta, diminui a atividade do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal e reduz os níveis de cortisol, melhorando a ansiedade e a depressão, favorecendo o funcionamento do sistema imunológico, promovendo saúde e longevidade. (18) A alimentação fornece grande contribuição para a promoção, proteção e recuperação da saúde desde Hipócrates - que preconizava fazer do alimento o medicamento - passando pelas medicinas tradicionais do Oriente, chegando aos alimentos funcionais no século 21. (19) O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos sugere a ingestão de duas xícaras de frutas e duas e meia xícaras de verduras diariamente para garantir a reposição dos nutrientes necessários à manutenção da saúde do organismo: lipídeos, carboidratos, aminoácidos; vitaminas; oligo-elementos. Nutrientes dos alimentos são mais bem absorvidos que os fornecidos através de suplementos alimentares. Dentre os alimentos para o cérebro aqueles que contêm polifenóis (flavonóides, antocianinas e outros antioxidantes), triptofano, e olegoelementos são essenciais para manter as estruturas e funções do cérebro, desacelerar o declínio das funções mentais e proteger de doenças como Alzheimer e Parkinson, além de estimular a imunidade, prevenir o câncer e reduzir os processos inflamatórios. Melhoram o raciocínio, a coordenação motora, a memória, o aprendizado, a compreensão verbal e a habilidade numérica. (20) São fontes de polifenóis: frutas cítricas e vermelhas (morango, mirtilo, blue Berry, uvas); chás (verde, branco e preto); bebidas de cacau e chocolate amargo; vinho e suco de uvas; verduras de folhas escuras; alho; cebola; salsinha; cheiro verde; especiarias e ervas (sálvia, orégano, tomilho, pimentas); grãos de cereais; tofú e leite de soja. (20) Alimentos ricos em triptofano, precursor da serotonina melhoram o humor e reduzem o risco de depressão: leite e seus derivados, aveia, produtos a base de soja, arroz, grãos integrais, carne branca, ovos, mel, ameixa, banana, abacaxi, frutas secas, nozes, castanhas. (21) Outros combustíveis cerebrais são os oligoelementos: manganês (abacaxi e leguminosas); cromo (carnes, grãos integrais, germe de trigo, queijo, pimentão verde, espinafre, pimenta do reino); cobalto (amendoim, ervilha, sardinha, salmão); iodo (sal iodado, alho, cebola, alimentos de origem marinha); selênio (castanha do Pará, carnes e aves); ácidos graxos e omega 3 (óleo de peixe, linhaça, abóbora). (21) É notável a coincidência entre alimentos para o cérebro e alimentos para os ossos (ricos em cálcio) que protegem da osteoporose: verduras de folhas escuras, cruas mais que cozidas, contém até 100mg de cálcio em 100g (acelga, bertalha, brócolis, caruru, couve, couve-flor com as folhas, espinafre, radicchio, rúcula, salsa, taioba); frutas secas mais que frescas (passas de uva, damasco, figo, ameixa); amêndoas, avelãs, castanhas do Pará, nozes; leite e derivados (500ml de leite = 770mg, 100g de queijo = 760mg, 100g de iogurte = 150mg) e peixes (100g de sardinha = 400mg; 100g de merluza = 200mg; 100g de badejo = 180mg). Conservantes dos alimentos industrializados (congelados, enlatados, embutidos e engarrafados) fazem o organismo perder cálcio. A necessidade de cálcio por dia varia de acordo com o sexo, a faixa etária e condições específicas: homens e mulheres até 45 anos = 800mg; homens após 45 anos, desportistas em qualquer idade, gestação e amamentação = 1200mg; mulheres após os 45 anos = 1600mg. O organismo é o que o indivíduo come: uma dieta equilibrada e variada com os combustíveis suficientes para os processos de reparação celular é a base estrutural da longevidade. O café produz benefícios cognitivos dependentes da dose ingerida - melhora estado de alerta, orientação espacial, tempo de reação, agilidade de locomoção - combatendo temporariamente a fadiga e a sonolência. Estudos indicam que o consumo regular reduz o risco de mal de Parkinson e pesquisas investigam seus efeitos no mal de Alzheimer. (22) O chá verde diminui a fosforilação e o acúmulo de proteína tau em Alzheimer (23) Alguns nutrientes em excesso prejudicam o cérebro: dietas ricas em proteína diminuem a captação do triptofano; dietas ricas em carboidratos aumentam a liberação de insulina após as refeições e intensificam a captação dos aminoácidos, substâncias que formam as proteínas. (24) O fundamento dos exercícios mentais é usar para não atrofiar. Leitura, escrita, palavras cruzadas, quebra-cabeças são estímulos para a atividade mental. Relaxar para neutralizar o estresse também tem papel relevante: ioga e meditação são práticas que induzem um funcionamento mental mais equilibrado. Exercícios físicos duas vezes por semana (25 a 30 minutos de caminhada com sudorese e/ou falta de fôlego) diminuem em 52% a incidência de demência. A atividade física aumenta o fluxo sanguíneo cerebral, melhora a eficiência neural, diminui a ansiedade, a depressão e o estresse e aumenta a auto-estima. (25) Turbinando o cérebro Muitas são as substâncias usadas atualmente para melhorar a performance mental. A maior parte indicada inicialmente para o tratamento disfunções e das doenças degenerativas cerebrais passou a ser empregada mesmo sem prescrição médica como estimulante das funções cognitivas sendo conhecidas como “smart drugs”. (26) Na Alemanha Gingko Biloba é mais usada que todas as outras drogas para retardar a perda memória em casos de Alzheimer. Café é melhor estimulante que metilfenidato e anfetamina. Metilfenidato indicado no tratamento de TDAH tem sido usado sem prescrição médica por estudantes e executivos. Anfetamina aumenta o alerta mental e foi usada por pilotos militares nos EUA para diminuir déficit de desempenho com resultados melhores que o observado com emprego de metilfenidato. Modafinil originalmente indicado para narcolepsia e sonolência diurna passou a ser usado para depressão, esclerose múltipla e fadiga e encontra uso sem prescrição médica para melhorar o humor. Donepezil empregado no tratamento da demência e de Alzheimer com uso de longa duração induziu melhora na performance de pilotos e na função cognitiva em indivíduos saudáveis. Ampaquina que estimula liberação de glutamato começa a ser usada sem prescrição para melhorar o humor. (26) Considerando os efeitos colaterais das “smart drugs”, a inexistência de estudos consistentes sobre uso prolongado em indivíduos saudáveis e o potencial para abuso no uso recreativo, a estimulação cognitiva não-medicamentosa constitui opção mais eficiente e mais segura para o neuroaprimoramento. Conquistas do envelhecimento À primeira vista parece que o envelhecimento carrega apenas desvantagens, mas outra perspectiva abre-se para aqueles que descobrem para que servem as experiências. Mais e melhores experiências promovem mais felicidade e mais sabedoria. Se velocidade e quantidade são aspectos dominantes nas performances dos jovens, os mais velhos desempenham tarefas e resolvem problemas com mais precisão e qualidade. (27) Cérebro mais experiente consome menos energia e tem melhor desempenho e eficiência na solução de tarefas. (28) O cérebro saudável é capaz de compensar muitas das deficiências que surgem com a idade: as habilidades motoras e cognitivas requeridas para a execução de tarefas são consistentemente mais lentas já a partir dos 40 anos, mas os idosos cometem cerca de metade dos erros que os jovens. (29) Estudos da performance de digitadores separados em grupos por faixa etária constatou que os mais velhos que possuem olhar mais abrangente e menos redundância de movimentos são mais hábeis que os mais jovens, que realizam mais movimentos desnecessários e cometem mais erros durante a digitação. (30) O hardware da mecânica cognitiva biológica (funcionamento dos sistemas básicos) produz a inteligência fluida; o software da pragmática cognitiva cultural (funcionamento dos sistemas de conhecimento factual e procedural) gera a inteligência cristalizada. O envelhecimento traz perdas na inteligência fluida, mas através de “otimização seletiva com compensação” da inteligência cristalizada é possível desacelerar o déficit cognitivo associado à idade. (31) “À medida em que envelhecemos, tendemos a apresentar boa capacidade pragmática para compreender o nexo entre as condições que definem o que é e o que não é possível, e para aplicar tal conhecimento em nosso desenvolvimento pessoal e adaptação.” (32) “Conceituei os dois protótipos do funcionamento intelectual, a mecânica cognitiva e pragmática cognitiva, como exemplares de duas fontes de influência fundamentalmente diferentes que atuam sobre a natureza do envelhecimento: a genética e a cultural. Na arquitetura neurofisiológica da inteligência (a mecânica cognitiva) predomina a influencia do genoma, dependente do processo evolutivo da espécie e dos fatores biológicos. O enredo central do por assim dizer hardware da inteligência é o do declínio. No entanto, no componente que podemos denominar de software da cognição, a pragmática cognitiva, o poder enriquecedor e compensatório do conhecimento e da cultura podem atuar positivamente. A partir da aceitação do princípio de que a cultura e a evolução cultural podem afetar o desenvolvimento da cognição, é possível ter uma visão mais ampla que inclui a possibilidade de derrotar as limitações biológicas e os déficits da velhice. Nesse sentido, pode ser válida uma surpreendente conclusão sobre a natureza da velhice: em função do fato dessa nova ideologia ser ainda tão nova na atualidade a velhice é jovem.” (32) Envelhecimento saudável No atual estado do conhecimento científico as perguntas de Elizabeth Blackburn - prêmio Nobel de Fisiologia e Medicina 2009 - sobre a relação entre encurtamento de telômeros, longevidade e doenças degenerativas são extensíveis à abordagem do envelhecimento: Como explicar isso do ponto de vista biológico? Como abordar os diferentes efeitos – quais são genéticos e quais são não-genéticos? Quais são causais e quais são relacionados? Os desafios na medicina estão mudando de “tratar os sintomas depois que a casa pegou fogo” para “como preservar a casa”? Podemos aplicar o que aprendemos sobre processos de doenças para prevenção ou intervenção precoce? (33) O que aprendi na prática clínica com aqueles que conseguem viver mais e melhor pode ser sintetizado em dez atitudes diárias que - quando adaptadas ao estilo de vida de cada indivíduo e incorporadas ao comportamento - conduzem à longevidade com alegria de viver. ATITUDES DIÁRIAS para VIVER MAIS E MELHOR OXIGÊNIO = Expiração > Inspiração ÁGUA = 01 copo / 10kg peso NUTRIENTES Lipídeos / Carboidratos / Aminoácidos Vitaminas / Oligo-elementos SONO = 08h/noite SOL = até 10h após 15h com PROTETOR SOLAR HIGIENE LAVAR as MÃOS antes de COMER ou MANIPULAR ALIMENTOS e após usar o BANHEIRO ATIVIDADE FÍSICA 30 minutos 03 vezes por semana diminui 58% óbito cardio CONDICIONAMENTO >>> FC= 220-idade ou 60% a 80% FC máxima LEITURA / ESCRITA 30 minutos 03 vezes por semana LAZER PRAZER para compensar ESTRESSE CONTROLE de PESO IMC = ___peso_____ altura x altura 25=SOBREPESO 30=OBESIDADE Perímetro toracoabdominal = CINTURA > H=98 M=80 Perímetro abdominopelvico = ABDOMEM> H=102 M=88 Referências para saber mais (1) Rastros deixados pela vida – Alexander Kotrschal - Mentecérebro n° 212, p.76, 2010. (2) Telômeros podem realmente prever sua longevidade? Mayana Zatz - http://veja.abril.com.br/blog/genetica/sem-categoria/telomeros-podem-realmente-prever-sua-longevidade/#more-183611 (3) Diabetes cerebral - Fernanda G. De Felice e Sérgio T. Ferreira - Mentecérebro especial Memória n° 27, p.73-74, 2011. (4) Não é demência, é seu remédio para o colesterol – Melinda Wenner Moyer - Mentecérebro nº216, p.64-65, 2011. (5) Para comer e para curar – Rosane Gomez e Carina Duarte Venturini - Mentecérebro nº 218, p.36-41, 2011. (6) Envelhecimento Cognitivo: Potencialidades e Limites – P.B. Baltes - Gerontologia 2 (1):23-44, 1994. (7) Mentes em movimento – Steve Ayan - Mente Cérebro nº211, p.36-45, 2010. (8) Mais luz – Sidarta Ribeiro - Mente Cérebro nº217, p.82, 2010 (9) Memórias estressadas - Robert M. Sapolsky - Mentecérebro especial Memória nº 27, p.53, 2011. (10) Músculos em forma, cabeça saudável - Hertzog, C.; Kramer, A.F.; Wilson, R. S. & Lindenberger, U. - Mente Cérebro nº211, p.52, 2010) (11) Diabetes cerebral - Fernanda G. De Felice e Sérgio T. Ferreira - Mentecérebro especial Memória n° 27, p.68 2011. (12) Esquecer para lembrar - Jessica Marshall - Mentecérebro especial Memória nº 27, p.51 – 2011. (13) Músculos em forma, cabeça saudável – Christopher Hertzog, Arthur F. Kramer, Robert S. Wilson e Ulman Lindenberger – Mentecérebro nº211, p.57, 2010. (14) Contágio social – Nikolas Westerhoff - Mentecérebro nº 220, p.26, 2011. (15) Em busca da cura – Pierangelo Garzia - Mentecérebro nº 220, p.30-31, 2011. (16) O poder da oração – Daniela Ovadia - Mentecérebro especial nº 23, p. 80-82, 2010. (17) Bem-vindo ao agora! - Steve Ayan - Mentecérebro especial nº 26, p.54-61, 2011. (18) A ciência da ioga – Camila Ferreira-Vorkapic - Mentecérebro especial nº 23, p.48-53, 2010. (19) Faça do alimento o seu medicamento - Jocelem Mastrodi Salgado – Ediouro, São Paulo, 2008. (20) 12 alimentos para o cérebro – Mary Franz - Mentecérebro nº 218, p. 28-35, 2011 (21) Para comer e para curar – Rosane Gomez e Carina Duarte Venturini - Mentecérebro nº 218, p.36-41, 2011. (22) 12 alimentos para o cérebro – Mary Franz - Mentecérebro n. 218, p. 28-35, 2011. (23) Camundongos trazem boas notícias sobre Alzheimer – Jürgen Götz – Mentecérebro nº219, p.63, 2011) (24) Para comer e para curar – Rosane Gomez e Carina Duarte Venturini - Mentecérebro nº 218, p.36-41, 2011. (25) Cérebro em forma - Camila Ferreira-Vorkapic - Mentecérebro especial nº 23, p.62-67, 2010. (26) Pílulas para ficar mais esperto – Stephen S. Hall - Mentecérebro especial nº26, p.58-63, 2011. (27) Os grandes mitos da psicologia – Scott O. Lilienfeld, Steve Jay Lynn, John Ruscio, Barry L. Beyerstein - Mente Cérebro nº217 p.30. (28) A neurociência da inteligência - Richard J. Haier – Mente Cérebro edição especial nº26, p.18-23 – 2011. (29) As cores do tempo – Marion Sonnenmoser - Mente Cérebro especial Longevidade nº21, p.8–13, 2009. (30) Aspectos socioculturais do envelhecimento - Anita Liberalesso Neri – Anais do II Congresso Brasileiro de Neuropsicologia – Campinas – SP, 1995. (31) Benefícios da idade – Michael Falkenstein, Sacha Sommer - Mente Cérebro especial Longevidade nº21 – p.14-19 – 2009. (32) Envelhecimento Cognitivo: Potencialidades e Limites – P.B. Baltes - Gerontologia 2 (1):23-44, p.40 – 1994. (33) Mayana Zatz - Telômeros podem realmente prever sua longevidade? http://veja.abril.com.br/blog/genetica/sem-categoria/telomeros-podem-realmente-prever-sua-longevidade/#more-183611 Anangélica Moraes Gomes Médica UFParaíba 1980. Atividades didáticas em ciência cognitiva: desenvolvimento, aprendizagem e suas disfunções na neuropsicologia russa. Projeto ECOLOGIA DO CORPO: eventos e consultoria (privada e institucional) em educação, saúde e comportamento. Programa de qualificação para educadores EDUCAÇÃO PARA A PAZ NO SÉCULO 21: ATENÇÃO INTEGRAL À CRIANÇA PARA A FORMAÇÃO DA PESSOA E A CONSTRUÇÃO DA MENTE. Autora do livro A CRIANÇA EM DESENVOLVIMENTO: CÉREBRO, COGNIÇÃO E COMPORTAMENTO. Editora REVINTER 2005. Esta palestra faz parte do projeto ECOLOGIA DO CORPO para o desenvolvimento humano. Conheça mais no endereço http://www.messuka.com.br/index.php |
AuthorWrite something about yourself. No need to be fancy, just an overview. Archives
May 2021
Categories |